Delator disse que entregou mala com R$ 500 mil a
deputado. Na terça, ele informou ao Supremo que entregou à PF R$ 465 mil. Nesta
quarta, depositou a diferença em conta judicial.
Por
Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília
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Rocha Loures entregou ao STF comprovante de depósito de R$ 35 mil que faltavam na mala de dinheiro que entregou (Foto: Reprodução) |
O deputado
afastado Rodrigo da Rocha Loures (PMDB-MG) informou nesta quinta-feira (25) ao
Supremo Tribunal Federal que realizou na quarta (24), em uma conta do STF, o
depósito judicial dos R$ 35 mil que faltavam entregar à Justiça. Ele entregou
comprovante do depósito judicial feito na quarta-feira (24).
Loures foi filmado pela Polícia
Federal recebendo uma mala de dinheiro em um restaurante
nos Jardins, na capital paulista. Na última terça-feira (23), ele comunicou oficialmente
ao Supremo que devolveu à Polícia Federal a mala, com R$
465 mil (em 9.300 notas de R$ 50). O delator Ricardo Saud, diretor da J&F,
disse que entregou pessoalmente a Loures a mala com R$ 500 mil.
Na petição que
protocolou no Supremo, o deputado não explica por qual motivo só devolveu agora
a diferença de R$ 35 mil.
"Rodrigo
Santos da Rocha Loures, por seus advogados, nos autos da ação cautelar nº 4328,
vem perante Vossa Excelência informar que realizou na data de ontem o depósito
judicial de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), quantia esta relacionada à
investigação conduzida nos autos do inquérito nº 4483, conforme guia de
depósito judicial ora apresentada (doc. 1). O referido montante encontra-se
depositado na conta nº 86400176-5, agência nº 3133, da Caixa Econômica
Federal", diz a petição enviada ao ministro Fachin.
Joesley
Batista, dono da JBS, que também fez delação, marcou um encontro com Rocha
Loures em Brasília e contou sobre uma demanda da empresa no Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Pelo serviço, segundo a delação,
Joesley ofereceu propina de 5%, e o deputado deu o aval.
Ex-assessor de Temer
Ex-assessor de
Michel Temer no Palácio do Planalto, Loures é apontado como intermediário do
presidente para assuntos do grupo J&F com o governo. Por decisão do ministro Edson
Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), ele foi afastado do mandato de deputado.
Segundo a
investigação, Temer teria indicado o deputado afastado para resolver uma
disputa relativa ao preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica do
grupo JBS.
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